O vestido de gala usado pela vencedora do concurso Miss Universo 2011, a angolana Leila Lopes, de 25 anos, é de renda francesa bordado com cristais Swarovski e plumas pintadas em tom dourado.
O estilista responsável pela roupa é o mineiro Alexandre Dutra, de 39 anos, que há 10 anos veste as representantes de Angola na disputa. Segundo ele, o vestido custou cerca de R$ 19 mil.
“Só de cristal e renda eu gastei em torno de R$ 9 mil e R$ 10 mil”, conta o estilista, que esteve na plateia do evento nesta segunda-feira (12). De volta a Belo Horizonte na terça (13), ele diz ter comemorado muito a vitória da angolana. “Eu fiquei feliz porque achei que o vestido fez a diferença. Ela ganhou o título ali."
O estilista afirma que esteve com a miss Universo no hotel onde a bela ficou hospedada, na Zona Sul de São Paulo, logo depois do evento. “Eu estive com ela na suíte, ela me recebeu. Ela estava em êxtase, não estava acreditando. Leila disse que agradecia porque achou que o vestido passou segurança”, conta. Dutra diz que tinha certeza de que a representante de Angola ficaria entre as finalistas. “Eu olhava para ela e via que se encaixava dentro dos critérios. É uma menina doce, culta, estudou em Londres.”
O mineiro também foi o responsável pelo vestido que Natália Guimarães usou no Miss Universo em 2007. Ela ficou em segundo lugar e perdeu o título para a japonesa Riyo Mori. Para Dutra, a vitória de Leila Lopes trouxe um pouco de felicidade após aquela derrota. “Eu me senti muito bem, compensado pelo que aconteceu com a Natália Guimarães. Acabou que eu consegui realizar dentro do meu país o sonho de vestir a miss Universo”, diz.
Relação com angolanas
Dutra explica como as misses de Angola conheceram o seu trabalho. Ele conta que durante 13 anos foi o responsável pelo traje de gala das brasileiras nos concursos de Miss Universo. Como as representantes do Brasil geralmente dividem o quarto com as angolanas, porque as duas nacionalidades falam o português, elas conheceram o trabalho do estilista. Há cerca de 10 anos ele veste as representantes do outro país. Ele ainda se mostra magoado, no entanto, por não ter feito o vestido da brasileira neste ano. "Eu achei que, devido aos anos que eu vesti a miss Brasil, no ano que o concurso foi no meu país eu tinha esse direito."
O estilista lembra que Leila Lopes, que comprou o vestido, fez apenas uma prova da roupa usada no palco do Credicard Hall. Foi durante uma visita ao Rio de Janeiro, pouco antes do concurso. “Ela não sabia a cor, não sabia nada, deixou por minha conta. Só falou para eu não usar cores como pink, vermelho, laranja e amarelo”, diz. “Ela veio ao Rio, fez uma prova, que foi o suficiente. Ela tem um corpo muito fácil. Para quem mexe com costura, é um corpo ideal.”
A então miss Angola só fez um pedido ao estilista: que o vestido tivesse uma fenda. “Ela disse que gostava de fenda. E ela sabe carregar uma fenda, então eu podia ousar um pouco mais nisso”, conta.
O estilista fez ainda outra opção de vestido para ela escolher, na cor branca, mas Leila não teve dúvidas. “Ela disse: ‘Eu me senti com a coroa dentro daquele vestido’”.